Na aridez dos dias sertânicos
Fica nu e espeta o céu
Deixa suas curvas expostas
A luz solar
Seus galhos dão vivas
Ao pino do dia
Retratando sua beleza anatômica
E não se esquece de brotar
No calor das terras
Dos mandacarus sedentos
E lentamente vai se vestido
Com as cores dos periquitos
Que precisam continuar
A voar por aqui
De repente um broto
Uma flor
Um fruto
Um alimento
Uma semente
Meu pé de imbu
Como tu
Precisa viver
Pra florescer
Nos tabuleiros
Nos campos.
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Gildemar Sena é poeta, artista plástico e produtor cultural. Nascido em Juazeiro (BA), mudou na adolescência para Guaratuba (PR), onde se apaixonou pelo rock e começou a desenhar. Aprovado no concurso da Fundação Naacional de Saúde, voltou à Bahia e se estabeleceu em Uauá. Foi secretário municipal de cultura, produziu adereços para o filme “A Guerra de Canudos” e participou da produção de “Calumby, Pífanos e Zabumba”. Escritor de cordéis e apresentou desenhos de bico de pena em Turim, na Itália, a convite da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá.