Em Mucugê, cidade do semiárido, instalada na Chapada Diamantina, a médica e pesquisadora de cultura popular Helenita Monte de Hollanda conheceu a candombá, uma planta fascinante de caule grosso e curto e folhas ásperas.
O tronco possui uma resina inflamável. E, por isso, durante muitos anos, conta Helenita, foi usado como substituto do fifó (pequeno lampião de querosene) para iluminar os caminhos de quem não tinha dinheiro para o combustível e o candeeiro.
O caule era fincado em uma vareta e um pedaço com cerca de 40 centímetros queimava por duas ou três horas, acrescenta o verdureiro Manuel.
Garimpeiros também usavam a candombá para trabalhar à noite. Há ainda outra vantagem: a fumaça afasta os mosquitos.
Por fim, o mais incrível: as belas flores violetas dependem do fogo para florir.
Em março de 2016, o fotógrafo baiano Rui Rezende, que fazia uma trilha no Vale do Capão, registrou uma imagem incrível das flores que não desabrochavam há 17 anos. Elas cresceram numa área devastada por um incêndio na Serra da Larguinha, entre Palmeiras e Lençóis.
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Nasceu e cresceu numa típica família brasileira. Potiguar, morando na Bahia há vinte anos, é médica de formação e pesquisadora da cultura popular. Nos últimos 10 anos abandonou a sua especialidade em cardiologia e ultrassonografia vascular para atuar como médica da família na Bahia e no Rio Grande do Norte, onde passou a recolher histórias e saberes. Nessa jornada publicou cinco livros.”. No final de 2015 passou temporada no Amazonas recolhendo saberes indígenas.
Uma resposta
Excelente informação que aparecerá em meu romance.