Seu Armando é o único dono de uma máquina de fazer sorvete de massa, em Cedro de São João, no sertão sergipano. Essas máquinas, que foram febre nos anos 1970 em todo o país, estão praticamente extintas.
Ele conta que comprou o maquinário desativado em Arapiraca (AL). Depois, mandou recuperá-lo, cobrindo-o com capa de alumínio, trocando o motor e encomendando peças quebradas e faltosas em um torneiro mecânico.
A máquina de sorvete virou seu principal rendimento em uma terra onde quase nunca chove.
As garrafas de vidro onde ficava o líquido colorido que se transforma em massa gelada foram substituídas por invólucros plásticos de refrigerante após o vento derrubar uma delas.
“Tenho as originais, mas guardei depois que uma quebrou. Os bocais novos da máquina não as prende muito bem” – conta.
No domingo, dia 4 de fevereiro, Amadeu vendia sorvetes de morango, uva, coco e doce de leite na feira do Cedro. Cobrava R$ 1 pelo copo pequeno. Pelo maiorzinho, R$ 2.
No dia seguinte, ele seguiria para Aquidabã.
Outra feira, novas viagens de volta à infância e à adolescência.
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Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.