São muitas as entidades protetoras da natureza e que geralmente atuam assustando e punindo aqueles que agridem as matas, os rios e os mares.
Maragogipe, no Recôncavo Baiano, foi o único lugar do Brasil onde observei a ocorrência da lenda da Vovó do Mangue. Parece estar se perdendo sendo hoje conhecida por poucos. Aqui, um jovem da terra nos surpreende conhecendo a melodia que nos conta a história da lenda em torno de uma velha senhora rabugenta que protege o manguezal, questão recorrente em nossa cultura e um traço fortemente mestiço, indígena e africano.
No passado, oferendas eram feitas a Vovó do Mangue que, agraciada, garantia abundância de mariscos, crustáceos e pescados e assegurava o bom retorno às suas casas, pois uma pequena ofensa ao mangue fazia-os perderem-se no manguezal. Assim, “caçadores de peixe” e marisqueiros, ofereciam charuto, aguardente, um dente de alho e pó (rapé) antes de se aventurarem ao trabalho.
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Nasceu e cresceu numa típica família brasileira. Potiguar, morando na Bahia há vinte anos, é médica de formação e pesquisadora da cultura popular. Nos últimos 10 anos abandonou a sua especialidade em cardiologia e ultrassonografia vascular para atuar como médica da família na Bahia e no Rio Grande do Norte, onde passou a recolher histórias e saberes. Nessa jornada publicou cinco livros.”. No final de 2015 passou temporada no Amazonas recolhendo saberes indígenas.