Testemunhos de uma graça alcançada, os ex-votos estão fartamente registrados ao longo da história das religiões como sinal de agradecimento a deuses e santos nas mais diversas culturas.
Datam de há 4.000 anos os primeiros exemplares no Oriente Médio e, por volta do século IX a.C, são curiosas as oferendas votivas feita a divindades medicinais, como Euculápio, a quem se entregavam representações de partes do corpo saradas pela sua ação ou intercessão, o que certamente influenciou o costume cristão católico de dar em gratidão aos santos, em cera, barro ou madeira, membros e órgãos milagrosamente recuperados.
Esta origem pagã fez do ex-voto alvo de proibições da Igreja que chegou a queimar muitas representações e proibir o costume que, como podemos ver, permaneceu vivo e ainda hoje amplamente praticado.
Milagres riscados, desenhos e pinturas retratando cenas em que favores foram solicitados variam de modestas folhas de papel emolduradas a silhares de azulejos, como na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Salvador, ou obras de arte mais suntuosas, como o forro da nave da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, ela própria um ex-voto magnifico, ponto de romarias desde o século XVIII, localizada também na capital baiana.
Mas estes são só alguns exemplos!
Pequenos santuários podem ser encontrados no sertão e em metrópoles brasileiras com salas destinadas a exposição dos mais curiosos objetos, placas, fotografias. Também em grutas e cemitérios, cruzes de estradas entre outros locais onde se encontre espaço para a gratidão humana a santos canonizados ou não.
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Nasceu e cresceu numa típica família brasileira. Potiguar, morando na Bahia há vinte anos, é médica de formação e pesquisadora da cultura popular. Nos últimos 10 anos abandonou a sua especialidade em cardiologia e ultrassonografia vascular para atuar como médica da família na Bahia e no Rio Grande do Norte, onde passou a recolher histórias e saberes. Nessa jornada publicou cinco livros.”. No final de 2015 passou temporada no Amazonas recolhendo saberes indígenas.