Sérgio Carvalho, fotógrafo

O premiado Sérgio Carvalho, 48 anos – faz 49 em abril – divide seu tempo como auditor fiscal do Ministério do Trabalho e a fotografia. Foi combatendo o trabalho escravo que se deu conta da importância de documentar sua atividade e comprou logo uma máquina fotográfica. De lá para cá publicou vários livros e desenvolveu projetos com certas particularidades: todos são minuciosamente elaborados, demoram de um a sete anos para serem concluídos e costumam ser feitos com outros parceiros. É que por causa de seu emprego, ele só fotografa nas férias, feriados e fins de semana. Nesta entrevista para Meus Sertões, Sérgio fala de seus projetos novos e antigos, analisa a questão do trabalho escravo no Brasil e revela porque tem tanto prazer em fotografar.

Sérgio, fale sobre sua trajetória como fotógrafo.

Comecei na fotografia documentando trabalhadores escravizados no norte do país, região de fronteira agrícola, no Pará e na região Centro-Oeste. Isso começou em 1996, quando o governo brasileiro reconheceu a existência de trabalho escravo. Eu participei desses grupos de combate ao trabalho escravo. Aí me deu um estalo na primeira viagem que eu fiz para a Serra do Cachimbo, entre o Mato Grosso e o Pará: “Este trabalho precisa ser fotografado, a sociedade conhecer a situação de vida desses trabalhadores”. Então quando eu voltei do trabalho, passei em São Paulo e comprei a primeira máquina fotográfica. Passei a fazer o registro documental desses trabalhadores. Eu passava 10, 20, 30 dias na Região Amazônica e fui aprendendo a fotografar. É um vício que permanece até hoje.

Fotógrafo Sérgio Carvalho
Sérgio Carvalho, fotógrafo e auditor fiscal

O que o motivou a continuar com a fotografia?

Com o passar do tempo organizações sociais como a ONG Repórter Brasil e a Organização Internacional do Trabalho começaram a pedir fotos de trabalhadores escravizados e eu dei continuidade. Hoje, eu tenho um trabalho tanto ligado aos Direitos Humanos quanto autoral, mais artísticos. Publiquei cinco livros com outros colegas ou sozinho. São mais de 20 anos de fotografia.

 

Qual era sua atividade antes de você começar a fotografar?

Eu sou auditor fiscal do trabalho. Desde quando entrei no Ministério do Trabalho, em 1996, me envolvi com o combate ao trabalho escravo. Praticamente nunca deixei de atuar nessa área. Passei muito tempo envolvido diretamente, tive que me afastar um tempo por questões pessoais, mas retomei. Hoje continuo fazendo trabalhos autorais, não vivo da fotografia, tenho ela como uma grande paixão. Leio diariamente sobre fotografia, sou um fotógrafo autodidata e sempre tenho algum projeto em mente. É um acabando e outro começando. Agora estou concluindo um sobre a religiosidade sertaneja em torno do mito do Padre Cícero. Esse trabalho, que se chamará “Santo Sertão”, é para ser publicado ainda este ano, com a curadoria do Carlos Carvalho.

 

O projeto prevê apenas a publicação de um livro?

Publicação no Brasil é muito difícil. Esse trabalho está na Lei Rouanet, mas conseguir publicá-lo é outra história. É preciso captar recursos para viabilizar o projeto. Além do livro físico vai ter um livro virtual e um áudio book para deficientes visuais, o que é um grande desafio.

 

Como é um áudio livro para deficientes visuais?

Eu estou me envolvendo com isso agora. Para mim é uma grande incógnita. Vejo como mais um retorno para a sociedade do que estou fazendo. É um projeto com a Lei Rouanet e temos que dar várias contrapartidas. Uma delas é incluir deficientes visuais na arte da fotografia.

 

Como é o processo de publicação deste livro?

Eu tenho publicações feitas por editoras diferentes: Tempo e Imagem, Local Foto… O próximo deve ser publicado pela Quarteto Editorial. Então a editora é a de momento, que goste e se envolva com o trabalho. E tope fazer a publicação junto com o fotógrafo. Ela envolve também o editor e o designer gráfico. É um trabalho coletivo. É uma narrativa visual a partir da obra do fotógrafo.

 

Esse trabalho sobre a religiosidade tem quantas fotos?

Ainda não tem uma quantidade definida para entrar na publicação. Ele é formado por dois ensaios independentes, um em cor e outro em PB (preto e branco). O primeiro é sobre a sala dos santos na Ladeira do Horto, que sobe até a estátua de padre Cícero. Eu fotografo as paredes votivas. O que é isso? A pedido do padre as pessoas doavam seus laços com o sagrado. E essa tradição permanece até hoje. Anualmente eles renovam as paredes com fotos, santos prediletos, imagens de vivos ou mortos queridos, de forma que criam um acordo celestial particular. Eu faço o registro nessa rua que dá acesso à estátua de Padre Cícero há praticamente sete anos. Este é um dos ensaios que fará parte deste livro.

 

E o outro ensaio?

É sobre o Caminho do Santo Sepulcro. É preto e branco, conforme toda minha tradição fotográfica, que venho mudando aos poucos.  Eu registro todo o percurso de romeiros pelo caminho que sai do alto do Horto à Serra do Catolé, local de refúgio e meditação do Padre Cícero e esconderijo de cangaceiros, inclusive do bando de Lampião. Ao longo do caminho se destacam as pedras penduradas pelos romeiros nas árvores da caatinga, nas árvores secas do sertão. E essas pedras são representação da fé e do sacrifício do romeiro na terra. Eles ainda carregam as pedras na cabeça e as colocam entre as árvores, no alto delas, sobre outras pedras. O romeiro toda vez que vai faz uma marcação de que está cumprindo uma promessa. Esse percurso muito difícil, de subidas acentuadas, descidas, muitas pedras, debaixo de um sol extremamente forte e poeira é feito em PB, fazendo um contraponto com as imagens muito coloridas da sala dos santos. Os romeiros do Caminho do Santo Sepulcro são, praticamente, de pessoas oriundas de outros estados, principalmente Alagoas e Pernambuco. E os que participam do ensaio da sala dos santos são residentes em Juazeiro do Norte (CE). Este trabalho acaba de ganhar um prêmio do edital de incentivo às artes do Estado do Ceará, que fará a exposição fotográfica.

 

E onde será a exposição?

A gente está querendo juntar as duas coisas: o lançamento do livro e a exposição. Como o livro ficará para o segundo semestre ainda não começamos a trabalhar a questão do local da exposição.

 

Você é piauiense da capital ou do interior?

Rapaz, deixa eu te falar. Eu me sinto do sertão, muito sertanejo. Eu fui criado dentro do sertão. Fui nascer na capital por capricho, por zelo dos meus pais, para ter uma segurança maior no parto. Minha mãe teve a mim e meu irmão em Teresina, mas logo depois voltava em caminhões de carroceria de madeira pelas estradas vicinais, cheia de barro. Eu não sei se era mais arriscado o parto ou o retorno para Simplício Mendes, no sertão do Piauí. Lá vivemos e moramos até 1981. Meu pai morreu em 1979 e minha mãe, que era professora, sempre querendo dar as melhores condições de estudos para os seus filhos. Nós éramos de uma família humilde e ela via nos estudos como possibilidade de sobrevivência. Tinha que apostar nos estudos mesmo. E ela de uma forma corajosa e decidida, sozinha, viúva, nos levou para morar em Teresina, onde pudemos fazer faculdade e continuar a trabalhar.

 

E você fez faculdade de quê?

Eu sou economista.

 

Fale qual a relação entre o sertão de seu tempo de menino e o sertão atual?

Estou inclusive fazendo um exercício fotográfico de minhas memórias no sertão. Eu retorno para minha cidade, pelo menos uma vez por ano, para fotografar coisas que ainda permanecem quando eu saí de lá em 1981. É um trabalho difícil, encontrar aquilo que ainda permanece, pelo menos na sua memória visual de menino e que ainda existe hoje. É um trabalho que a princípio denominei “O tempo amarrado no poste”, em alusão a uma poesia do poeta mato-grossense Manoel de Barros. Este trabalho vem sendo apresentado de forma segmentada em festivais e exposições. Teve no Diário Contemporâneo, no Pará, teve no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza…Agora estava exposto em Natal, no Rio Grande do Norte, um capítulo sobre as caminhonetes coloridas do sertão. E agora eu estou com uma parte deste material, relativa a personagens, está fazendo parte da exposição “Imagens para amanhã”, no Festival de Tiradentes (MG). Estou sempre buscando meus arquivos digitais e visuais algo para produção artística.

 

Qual o objetivo desta busca?

Essa busca deste meu sertão de menino, mesmo de imagens produzidas hoje, está me envolvendo muito pelo lado afetivo. Na verdade, eu só trabalho por aquilo que me dá prazer. Seja na produção de imagem ligada à defesa dos Direitos Humanos, seja na produção fotográfica autoral de um livro sobre a minha infância, seja produzindo imagens no sertão do Cariri sobre a religiosidade sertaneja. Antes de tudo tem que me dar prazer, isso é primordial. Eu tenho a independência e autonomia de escolher o que vou fazer e qual será meu próximo trabalho. O sertão é talvez onde eu me sinta mais à vontade e ao mesmo tempo é de uma potencialidade infinita em termos fotográficos. Há pouco tempo terminamos um trabalho chamado “O caminho das abelhas” sobre a desertificação em Irauçuba, a 160 km de Fortaleza. No meio do sertão, a gente juntou cinco amigos e produzimos uma exposição, um vídeo e uma exposição sobre esta desertificação através de ensaios visuais dos cinco fotógrafos.

 

Quais os ensinamentos que este trabalho lhe trouxe?

Este trabalho sobre desertificação é extremamente importante e de aprendizado tremendo para o fotógrafo conhecer como as pessoas vivem diante da carência de água. Se você puder conhecer essa forma de viva, essa resistência do sertanejo que sobrevive e consegue dar continuidade à vida, à família, mesmo em um ambiente adverso ao extremo como é em uma área de desertificação, como a de Irauçuba, que é uma área de menor precipitação pluviométrica do mundo. É uma área extremamente seca e as pessoas se viram, criam mecanismos de sobrevivência alternativa, onde a água precisa ser consumida muito regrada, muito seletiva. Para mim como fotógrafo viver essa realidade e de alguma forma contribuir nesta questão da desertificação para levar a um debate pela sociedade e dar visibilidade a esses programas sociais em uma área tão próxima a Fortaleza. A fotografia tem esse papel de dar dignidade a grupos sociais e a uma problemática social, como a desertificação, o trabalho escravo. A fotografia, no caso do trabalho escravo, tem esse papel de denunciar. É a fotografia funcionando como ferramenta como instrumento de transformação social. É preciso mostrar que estas pessoas existem. Principalmente em um momento que estamos vivendo, difícil. Uma lutadora, líder, dos Direitos Humanos, foi brutalmente assassinada no Rio de Janeiro. A fotografia tem cada vez mais de se assumir nesse papel de denúncia, de transformação, de conscientização em prol da humanidade.

 

Como você define seu trabalho dentro desta perspectiva?

Minha fotografia é humanista, sempre procuro fotografar grupo de pessoas como fizemos também com um documentário “Sereias”, sobre as mulheres que vivem da pesca no litoral cearense, sob as mulheres que estão se assumindo como pescadoras. Assumindo esse empoderamento da mulher. Você poderia imaginar que as mulheres estão assumindo a presidência de uma associação de pescadores, uma atividade tradicionalmente masculina? Então você pega a fotografia, faz um documentário e dá visibilidade a isso. Você faz um livro, um site só com mulheres pescadoras. Todo um trabalho que tenha um retorno positivo para os outros, não só para mim como fotógrafo. A fotografia é um trabalho compartilhado entre fotógrafo e fotografado. Não posso simplesmente chegar lá, não me interessa chegar e fotografar, sem me envolver com as pessoas.

 

Como é trabalhar com outras pessoas, como João Roberto Ripper, que tem atuações fantástica, inclusive formando fotógrafos nas favelas cariocas?

Eu fiz um livro sobre resgate escravo com o Ripper, em 2010, a convite da Organização Internacional do Trabalho, sobre o acompanhamento do trabalho escravizado no Brasil. Foi uma experiência grande compartilhar o trabalho de quem sou fã número 1. É um dos seres humanos mais magníficos que eu conheço, de uma bondade, humildade… Conheci o Ripper em 2001 e em 2010 estava fazendo um livro com o cara que admiro, uma das minhas referências fotográficas. Para mim foi tudo.

 

O seu trabalho como auditor fiscal nunca atrapalhou os seus projetos fotográficos?

A fotografia como não é uma fonte de renda. Como eu não vivo economicamente de fotografia. É um trabalho a mais que faço, nos momentos em que posso. Tenho que usar férias, feriados, finais de semana, o que puder. Por isso quando eu penso um projeto tenho que pensar se ele é factível dentro das minhas limitações. Se eu for trabalhar sábado e domingo, não pode ser muito longe de Fortaleza. O trabalho “Sereias”, que fiz com a fotógrafa Fernanda Oliveira, é feito basicamente nos finais de semanas. Saía para fotografar no litoral cearense. Um ia para um lado, o outro ia em outra direção. Por isso demorou quatro anos para ser feito. Essa é uma das características do meu trabalho: não tenho muita pressa em terminar. É preciso amadurecê-lo, ter intimidade, confiança, com as pessoas fotografadas. Isso é fundamental. Se não for assim, fica sempre um trabalho superficial. Ou você entra de cabeça ou não entra. O que não for prazeroso você não vai, não adianta continuar.

 

Você também dá aulas, repassa todo esse conhecimento?

Não, não, não. Não dá mais para me virar em dez. Basta ser auditor ligado a questão do trabalho escravo, a fotografia, os filhos. Não tenho mais tempo para ocupar dando aula, que é uma atividade que requer planejamento, estudo, organização.

 

Por que a questão do trabalho escravo não termina, apesar da fiscalização?

Quando a gente começou isso na década de 1990, os estudos indicavam que existia no Brasil 25 mil trabalhadores escravizados. De 1995 para cá, resgatamos 52 mil trabalhadores e nunca acaba. O trabalho escravo hoje está mais na área urbana do que na rural. Nos primeiros 10 anos era basicamente rural. De 2013 para cá, o trabalho urbano, na indústria têxtil e na construção civil tem se mostrado tão forte quanto na área rural. Não é que não existisse trabalho escravo na área urbana antes de 2013. É que o foco, o olho da fiscalização estava voltado para o meio rural. Ao expandir o olho para as áreas urbanas, novos casos começaram a aparecer, como o dos bolivianos nas confecções em São Paulo.

 

Qual a diferença entre o tempo da escravidão e o tempo que vivemos hoje?

Na escravidão clássica, o escravo era um bem do senhor, era medida de riqueza. Não era interessante para o dono que ele não permanecesse em boas condições de trabalho e saúde. Hoje o trabalho escravo é temporário – as pessoas são descartadas a qualquer momento -, as condições são precárias, não tem mais interessado em dar condições de vida e trabalho porque na hora que não quiser mais bota fora e tem uma fila de desempregados no mercado querendo sobreviver de alguma forma. Um exército de desvalidos, necessitados, sem qualificação profissional que aceitam até trabalhar como escravo. Estes são alguns dos complicadores: desemprego crescente e mão de obra sem qualificação alimentam aqueles senhores que buscam o lucro a qualquer custo, a custo da dignidade do trabalhador. O trabalho escravo se baseia em uma massa de trabalhadores buscando sobreviver, na ganância do empregador em busca do lucro fácil, na omissão do Estado. Você não tem o Estado em todos os lugares, principalmente nas regiões de fronteira agrícola. Ele precisava estar presente em todos estes locais e não está. A crise do Estado é permanente.

 

Voltando a questão da fotografia, em quais cidades do Nordeste você desenvolve seus projetos?

É mais centrado no Ceará, onde vivo, por causa das dificuldades de tempo. O primeiro trabalho publicado, vamos falar só nos publicados, foi “Docas do Mucuripe”, em co-autoria com Paulo Gutemberg sobre o cotidiano do porto de Mucuripe. O segundo “Retrato Escravo” é este em co-autoria com o Ripper que ganhou menção honrosa no Festival Latino Americano de Fotojornalismo, foi indicado como um dos melhores livros de fotografia de 2010, no Internacional Photobook Festival, em Kassel, na Alemanha. A seguir veio o livro chamado “Barbearia do Tempo” sobre 12 barbeiros velhinhos que trabalham na feira de Cascavel, no Ceará, a 70 km de Fortaleza….

 

Os 12 trabalhavam na mesma barbearia?

Não, veja bem. Os 12 trabalhavam debaixo de um toldo no mercado, lado a lado mesmo. Uma cena fantástica dentro da feira de Cascavel. Passei vários sábados, durante um ano, frequentando a feira para fazer este trabalho, que ganhei os editais de cultura da secretaria estadual de Cultura e dos Correios. Quando a gente terminou o trabalho, levamos os barbeiros para a galeria do Espaço Cultural dos Correios, em Fortaleza. Foi muito bonito ver os barbeiros. Eles choravam de alegria, nunca tinham entrado numa galeria de arte. Depois retornamos com a exposição para Cascavel para mostrar para a comunidade local.

 

E os outros livros?

Depois dos barbeiros, fiz um livro sobre trabalho infantil, chamado “Às Vezes Criança. Um Quase Retrato da Infância Roubada”, praticamente uma continuidade do “Retrato Escravo”. Aí, eu convidei um colega (auditor fiscal) poeta, Rubervam Du Nascimento. Fiz as imagens, ele fazia as poesias. Depois disso ou antes, já estou perdido cronologicamente, fiz o “Homem Caranguejo”, em co-autoria com mais três fotógrafos – Chico Gomes, Sérgio Nóbrega e Henrique Cláudio -, sobre a cata do caranguejo no delta do Parnaíba. E por último, “Sereias”, em co-autoria com Fernanda Oliveira. Foi o primeiro livro em cor, todos os anteriores são PB, sobre a vida das mulheres que vivem da pesca no litoral cearense. Um trabalho extremamente prazeroso. Conheci as Marias, o livro é baseado em quatro mulheres fortes. Conheci as dificuldades, como elas enfrentaram as dificuldades em se assumir pescadoras em um ambiente masculino cheio de preconceitos. E retornar o trabalho para elas, levar o livro para elas, é de um prazer imensurável. Termina sendo o que é mais rico no trabalho. A riqueza maior da fotografia, não é a fotografia em si, é essa possibilidade de com a câmera conhecer as pessoas, como elas vivem, como se doam para gente, a relação de confiança. Isso a gente carrega por um longo tempo. Isso para mim é magnífico.

 

E o “Caminho das Abelhas”?

Ele foi feito antes de “Sereias”, em parceria com Iana Soares, Markos Montenegro, Paulo Gutemberg, que idealizou o projeto, Silas de Paula e Vanessa Andion. Paulo Gutemberg é meu primo, é fotógrafo. Ele mora em Teresina e sempre que vinha a Fortaleza passava na região de Irauçuba e achava muito interessante. Ele é pesquisador, muito curioso. Foi pesquisar o lugar e veio com essa ideia, chamando amigos para fazer esse trabalho. Passamos dois anos fazendo. Foi muito bom fazer. Paulo é o mesmo que dividiu comigo o livro “Docas do Mucuripe”.

 

Como você foi parar no Ceará?

Eu pedi transferência para vir para o Ceará, em 1999. Morava em São Luís (MA) e consegui ser transferido para Fortaleza na época em que meu irmão também estava vindo de São Paulo para morar aqui. E hoje tenho dois filhos cearenses. E a cidade me adotou.

Apresentação e exposição

 

Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.

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Uma resposta

  1. Quem vê o trabalho de Sérgio Carvalho, seja em p&b ou a cores, jamais esquece. Quando vi “O tempo amarrado no poste” no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, tive olhar e emoção imediatamente arrebatados. Não só pelas imagens como pelo claro comprometimento do profissional com o tema escolhido, certeza agora ratificada com a abrangente entrevista feita por meussertoes. Divulgação-homenagem mais que merecida!

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