Casa velha e abandonada hoje és tão solitária.
Outrora era cheia de alegria, agora só traz nostalgia.
Templo de encantamento, recanto de muita alegria.
Risos de crianças, grandes estripulias.
Casa velha e habitada,
sempre limpa e arejada,
suas janelas escancaradas,
portas abertas para entrar,
era só se achegar.
No canto da sala o oratório para fazer lembrar,
que ao Pai do céu devemos sempre adorar.
Uma prece a Maria sempre devotar.
Da cozinha o cheiro de café preparado na hora
E a brisa fresquinha nos convidando a brincar lá fora.
O terreiro gigante de aventuras constantes.
Um pedacinho de chão que aos pequenos olhos pareciam uma imensidão.
Quando o sol ia indo a lua se achegava iluminando a escuridão.
Povoando a imaginação,
enchendo de alegria o coração.
Ao redor do fogão a lenha
toda criançada esperava o pirão
para forrar o bucho que de tão murcho roncava,
arrancando gargalhadas de toda molecada.
Benção vó!
O sono chegou e vamos correndo deitar,
no colchão de palha nos aconchegar,
esperando o chiado silenciar
para então poder sonhar…
No primeiro raiar do sol despertava.
Ao canto do galo da cama pulava
e com energia um novo dia começava.
Casa velha e abandonada que há tempos és habitada…
Pela solidão.
Pela gratidão.
Pela saudade.
Pela vontade de no tempo voltar
e novamente nela morar.
–*–
O poema da professora pedagoga Emicleia Brito foi enviado ao site Meus Sertões após ela ler a matéria “Mandacarus Gigantes”, publicada no dia 16 de outubro. Emicleia, nascida em Quixabeira (BA), nos contou que sua avó tinha na propriedade dela um cacto como o que aparece na reportagem. As lembranças da infância fizeram Emicleia nos enviar um de seus poemas.
Mandacarus Gigantes
- Author Details
Professora, pedagoga e psicopedagoga, educadora especial e inclusiva. Gosta de trabalhos artesanais e manuais, ler e ver filmes. Escreve poemas desde muito jovem. Criou a página “Meninice em Poesia”, no Facebook, para partilhar suas obras. É integrante, fundadora e patrona perpétua da Academia Quixabeirense de Pedagogia.
Uma resposta
Lindo esse poema! Parabéns!