Catarina Maria, Estelita, Tereza Eduardo são anciãs da etnia Tuxá. Ela e outros idosos da Aldeia Kiniopará dão depoimentos sobre a infância, o alagamento de Rodelas e as dificuldades que enfrentaram na mudança para Ibotirama, no oeste baiano, incluindo a separação de suas famílias. Essas histórias, poemas e músicas fazem parte do audiolivro “Tuxá Kiniopará: um presente do passado para o futuro”, que acaba de ser lançado. A obra está disponível no You Tube e no Spotify.



RECONEXÃO
Segundo o autor Ezequiel Vítor Tuxá, o projeto objetiva reunir narrativas da comunidade indígena, visando a inserção cultural e a aprendizagem dos jovens a partir de saberes dos anciãos.
“O audiolivro é uma reconexão dos jovens às suas heranças ancestrais que vem sendo enfraquecidas devido a fusão de culturas decorrentes do contato continuado com os não-indígenas” – diz.
Com o alagamento de Rodelas, o povo Tuxá foi dividido por três territórios, dois deles na Bahia. Originalmente, eles habitavam ilhas no baixo médio São Francisco, sendo que a principal era a Ilha da Viúva. A princípio eles não acreditaram que as terras seriam submersas para a construção da Hidrelétrica de Itaparica, nos anos 1980. No final, tiveram que deixar o local de origem apressadamente. Em Ibotirama, inicialmente, foram recebidos com desconfiança e preconceito.
- Author Details

Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.