Dona Cadu

Conheci Dona Cadu em 2011 enquanto trabalhava no Recôncavo Baiano, médica na cidade de São Félix. Na inquietação com que cheguei já mapeando lugares e perfis, Coqueiros foi a minha primeira “fugida” para a vizinha Maragogipe, movida pelo saber que, do barro, fazia-se ali maravilhas!

O que não sabia era que já naquele primeiro momento eu teria o privilégio de conhecer Ricardina Pereira da Silva, pequena grande Dona Cadu, que, menor que uma fita métrica, agiganta-se no trabalho da sua vida, tirando do barro o sustento, forjando peças utilitárias maravilhosas, que se espalham por casas e restaurantes de toda a Bahia e mais! Alegre e falante, não perde uma roda de samba também característica no Recôncavo, e onde fez fama no miudinho cadenciado pelo sorriso que não lhe sai do rosto.

Ali é conhecida de todos, a pequena e ágil, amiga de Deus numa religião muito própria da sua mestiçagem afro-indígena, por benzedeira, ajudando aos necessitados em curas de males diversos.

Hoje, graças a Lei Aldir Blanc, temos o Memorial Dona Cadu, virtual, merecido e justo como o título de doutora honoris causa pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Eita prazer grande que minhas andanças têm me dado ao colocar-me em contato com tipos humanos valorosos como a sorridente Cadu! Deixemos a ela a fala, assuntada e graciosa.

 

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O Memorial Dona Cadu físico está localizado na Rua das Palmeiras, 146, povoado de Coqueiros – Maragogipe – Bahia (Visitas suspensas por restrições covid-19). Já o Memorial virtual poderá ser acessado aqui.

acervo
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Esta bela homenagem, criada pela a pesquisadora Rosangela Cordaro, mestra em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) foi lançado no dia 14 de abril. A produção foi possível graças a Lei Aldir Blanc.

Para conhecer melhor a obra de dona Cadu, disponibilizamos também a dissertação“Dona Cadu – Oralidade, Memórias e Saberes Centenários”.

Nasceu e cresceu numa típica família brasileira. Potiguar, morando na Bahia há vinte anos, é médica de formação e pesquisadora da cultura popular. Nos últimos 10 anos abandonou a sua especialidade em cardiologia e ultrassonografia vascular para atuar como médica da família na Bahia e no Rio Grande do Norte, onde passou a recolher histórias e saberes. Nessa jornada publicou cinco livros.”. No final de 2015 passou temporada no Amazonas recolhendo saberes indígenas.

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