De Darcilena a Cedro de São João

Cedro de São João é uma cidade do sertão sergipano, com 5.929 moradores, segundo estimativa do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 48,8% (2.893) sobrevivem com até meio salário mínimo (R$ 651). E apenas 9,3% (551 pessoas) possuem empregos formais.

A cidade possui  2.057 residências, com uma média de 3,3 habitantes em cada imóvel, e ganhou fama por duas atividades econômicas: a produção de carne de sol e pelos bordados. O matadouro público, no entanto, foi fechado em 2018 por não cumprimento de decisão judicial, que determinava a realização de obras para adequação sanitária e a obtenção de licenciamento ambiental.

O estabelecimento foi o principal o primeiro emprego da maioria dos jovens do município. Com o fechamento definitivo, abatedouros clandestinos passaram a funcionar. Em 2021, a polícia fechou um deles na fazenda Cajazeiras.

Com o declínio da fase áurea da carne de sol, as bordadeiras em ponto de cruz ficaram ainda mais famosas em toda a região e nos estados nordestinos. A procura aumentou tanto que os homens passaram a exercer a atividade.

A povoação do Cedro, localizado a 92 quilômetros da capital sergipana (Aracaju), começou no século XVIII (18), na fazenda onde havia grande quantidade das árvores que deram nome à futura cidade. A propriedade pertencia a Antônio Nunes e funcionava no local onde hoje está localizada a Igreja Matriz de São João Batista.

Há diferentes versões para o desenvolvimento do povoado. A primeira atribui a ciganos vindos de Minas Gerais, que comercializavam açúcar, mel e alimentos. Nesta versão, o grupo costumava descansar em um acampamento, onde atualmente é Praça Jonas Trindade. Até que um dia decidiu se estabelecer ali.

Por fim, alguns acadêmicos levantaram a hipótese de que a origem do povo cedreiro tem a ver com os marranos – judeus originários de Portugal e da Espanha obrigados a se converter ao catolicismo. No entanto, é necessária a comprovação disso a partir de estudos criteriosos.

Após o fim da escravidão, um grupo de negros se estabeleceu no Cedro, no bairro denominado pejorativamente de “Carvãozinho”.

Em 1884, o Cedro foi elevado à condição de cidade. Sete anos depois, o governador Olímpio Campos revogou a decisão. Somente em 1928 o povoado foi desmembrado definitivamente de Propriá e ganhou autonomia administrativa, além dos povoados Bananeira, Batinga, Piçarreira, Cruzes e Poço dos Bois integraram

Entre 1943 e 1954, o nome do município foi alterado para Darcilena, pois o então prefeito Miguel Seixas, quis bajular o presidente Getúlio Vargas e o governador Augusto Maynard Gomes, mesmo sem conhecê-los pessoalmente. Daí, fundiu o nome das mulheres dos dois políticos – Darcy e Helena.

Esse nome esdrúxulo permaneceu por cerca de 10 anos. Em 6 de fevereiro de 1954, veio o nome definitivo acrescido do padroeiro: Cedro de São João.

PASSEIO PELAS RUAS

Esta semana, a equipe de Meus Sertões esteve no Cedro para produzir um ensaio fotográfico. Dividimos as imagens nos seguintes temas: arquitetura, Cidoca e Carlota (padarias que produzem as bolachas mais famosas do estado), igreja, o padroeiro, Lagoa da Salomé, praças e fotos diversas. Nos acompanhe.

Casario e letreiros
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Igreja matriz e o padroeiro
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Lagoa da Salomé
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Sobre bordados, praças e galopes
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Leia mais reportagens sobre o Cedro de São João:

Os bordados do Cedro 
Os lobisomens do Cedro 
Flagelo ou trevas 

Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.

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Respostas de 2

  1. Excelente documentário, onde trás detalhes bem interessantes sobre as mudanças dos nomes das cidades, bem como das atividades para o desenvolvimento do localizaçao.
    Parabéns pelas informações destes lugares ricos de segredos.

  2. Excelente documentário, onde trás detalhes bem interessantes sobre as mudanças dos nomes das cidades, bem como das atividades para o desenvolvimento local.
    Parabéns pelas informações destes lugares ricos de curiosidade históricas.

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