Promessa não cumprida

Maria José Monteiro, a Marré, anda agoniada. É que ela fez uma promessa à Santo Antônio e não consegue pagá-la.

O pedido ela fez assim que viu o jogador Neymar, da seleção brasileira, cair e ficar se contorcendo no gramado, após ser atingido pelo colombiano Zuñiga, em jogo das quartas de finais da Copa do Mundo de 2014. A lesão o tirou da competição.

“Quando vi o sofrimento, percebi que ele não ia andar tão cedo. Prometi, então, a Santo Antônio que daria a maior girândola (conjunto de fogos lançados sucessivamente) que existisse se Neymar caminhasse logo” -, conta Marré.

A moradora de Uauá não sabia que os fogos de artifício eram tão caros. A maior girândola que encontrou na cidade custava R$ 500. A mais barata, com morteiros de 468 tiros e cerca de dois minutos de queima, era vendida por R$ 129.

Junho está chegando, falta um mês para a promessa completar dois anos e Marré não sabe o que fazer. Ela me pede para entrar em contato com Neymar para ver se ele compra os fogos ou manda o dinheiro para o cumprimento da promessa. Dá o endereço na rua da Lagoa e o telefone.

Pede também para que eu diga que se não fosse o santo, o atacante não estaria andando. Por fim, promete, diante da amiga Nidinha, que não fará mais pedidos se conseguir escapar dessa enrascada.

Mandei um e-mail para o Barcelona, mas Neymar não respondeu.

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Foto da capa: Neymar (29/12/2021). Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Foto do alto da página: Nidinha e Marré (7/4/2016). Crédito: Paulo Oliveira

Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.

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