Maria Luciene da Silva Siqueira, a Sil, nasceu em 1979, em Cajueiro (AL). Filha de cortadores de cana, foi criada na zona rural e trabalhou em um canavial até os 20 anos, quando a usina local faliu.
Em busca de novo emprego, ela participou de oficinas diversas no Sebrae, mas sua vida começou a mudar quando conheceu o Mestre João das Alagoas, renomado artista que moldava a cultura de seu estado em barro.
Foi nas aulas de João que Sil se transformou em uma artista admirável, cuja obra ultrapassou as divisas de Alagoas e as fronteiras do Brasil. Antes do encontro com seu mestre, Maria Luciene nunca tinha visto um boneco de barro.
Seus primeiros trabalhos foram inspirados no pai, que tinha a função de cambiteiro (carregador de cana em burricos). Ela foi a única das 40 mulheres que concluiu o curso. O apelido de infância virou nome artístico.
Com o tempo, as jaqueiras se transformaram em um elemento fundamental de seu trabalho. Debaixo dessa árvore abundante na zona da mata, Sil construía os cenários com os quais estava acostumado: brincadeiras de crianças, jogos, dança de forró, carteado, namoro…
Casada, mãe de três filhas, Sil passa a maior parte do tempo esculpindo trabalhos – uma peça média leva três semanas para ficar pronta – ou atendendo os turistas que a procuram. A maior parte das obras que faz são para atender encomendas de outros estados e do exterior. Em sua oficina, atualmente, trabalham oito pessoas.
Conheça essa artista fantástica:
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Nasceu e cresceu numa típica família brasileira. Potiguar, morando na Bahia há vinte anos, é médica de formação e pesquisadora da cultura popular. Nos últimos 10 anos abandonou a sua especialidade em cardiologia e ultrassonografia vascular para atuar como médica da família na Bahia e no Rio Grande do Norte, onde passou a recolher histórias e saberes. Nessa jornada publicou cinco livros.”. No final de 2015 passou temporada no Amazonas recolhendo saberes indígenas.