A irmandade

Grupo de mulheres negras mantém há mais de dois séculos a tradição de venerar Nossa Senhora da Boa Morte, em Cachoeira, cidade do recôncavo baiano. O culto iniciado no século XIX por ex-escravas e filhas de escravizados foi disseminado pelos portugueses, sofrendo muitas influências das religiões afro-brasileiras.

A Irmandade da Boa Morte, apoiada inicialmente pela Igreja da Barroquinha, em Salvador, foi criada em uma época em que não havia nenhum tipo de benefício para mulheres.  A cobrança de joias de admissão, mensalidades e esmolas visava alforriar escravas, promover festejos, bancar obrigações religiosas e garantir sepultamento decente para elas.

Este ano, Meus Sertões Arredores foi conferir o evento, que dura cinco dias. A data mais importante é 15 de agosto, quando se comemora a assunção de Nossa Senhora. Foi celebrada missa solene, presidida pelo bispo da diocese de Cruz das Almas, Dom Antônio Tourinho Neto.

No final da cerimônia, as mulheres da irmandade fizeram questão de cantar “Sorriso Negro”, samba composto por Adilson Barbado, Jorge Portela e Jair de Carvalho e transformado em clássico da MPB e hino à negritude na voz de Dona Ivone Lara.

Em seguida foi realizada a procissão em homenagem à Nossa Senhora da Glória.

Pela primeira vez acompanhando o evento, Meus Sertões decidiu focar a cobertura na parte religiosa da festa – ainda ontem foi servido um almoço e realizada uma roda de samba como parte das comemorações. Veja o resultado no vídeo abaixo.

 

Jornalista, editor, professor e consultor, 61 anos. Suas reportagens ganharam prêmios de direitos humanos e de jornalismo investigativo.

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