Transformações

No último capítulo da série sobre os bastidores da produção do podcast “Guerra da Água”, premiado no concurso Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, Leonardo Lima e Luísa Carvalho, fizeram questão de contar como a experiência foi importante para eles. Eles ficaram mais confiantes que farão jornalismo de qualidade. Veja os depoimentos dos alunos da Universidade Federal da Bahia.

Transformados, seguimos

Luísa Carvalho

 “Acho que quando nos inscrevemos na seleção de pauta para o Prêmio Fernando Pacheco Jordão não estávamos 100% certos de para onde íamos. Óbvio que era clara a responsabilidade que teríamos, mas não imaginávamos quão transformadora seria essa experiência. E que bom que não tínhamos tanta ideia do que iria acontecer. Assim, fomos de peito aberto, sem expectativas bobas que só atrapalham.

Nos inscrevemos com uma certa inocência: “Tanta gente fazendo tanta coisa massa por aí, com bem mais bagagem. Claro que não vamos ser selecionados…, mas vai que…”. Por isso, quando saiu o resultado, Leo, em Itacaré (BA), e eu, em Santana (BA), pulamos em sincronia a 745 km de distância, trocando gritos de comemoração por ligação telefônica.

Tudo no processo de construção da pauta e, em seguida, execução da matéria tem um espaço especial em minha formação. Das inseguranças na definição do tema aos perrengues em Correntina (porque não é possível planejar e se antecipar a tudo!), passando pelas trocas em reuniões tarde da noite com Paulo e Lívia*.

Na faculdade, acabamos muitas vezes aprendendo as coisas em partes – e isso tem sua razão de ser -, mas, muitas vezes, só juntamos todos os aprendizados em uma única experiência já no mercado de trabalho. Foi muito importante passar por todas essas etapas da produção desse material jornalístico enquanto estamos em nosso processo de formação.

A partir da produção do prêmio, para mim, se tornou mais clara a responsabilidade e o dever do jornalista diante dos acontecimentos que ele reporta, como tudo é entremeado por subjetividades, e sempre tem algo a ser “cavucado”, histórias a serem contadas. Com essa experiência também, a partir do reforço e apoio que recebi a todo momento dos nossos orientadores, me sinto muito mais confiante para exercer minhas habilidades dentro do jornalismo e colocar em prática aquilo que sei.

Além disso, ficou ainda mais clara a minha parceria com Leo, que simplesmente embarcou nessa história sem pestanejar quando eu sugeri que nos inscrevêssemos. Tenho plena certeza de que tudo poderia ter sido muito diferente e bem menos legal se eu não contasse com a confiança, disposição e suporte dele desde o primeiro momento. Até as próximas aventuras jornalísticas!

–*–*–*–

“Sem ela não teria dado certo”

Leonardo Lima

 “Do momento em que começamos a pesquisar a pauta, em agosto de 2021, até a postagem da reportagem em áudio em dezembro do mesmo ano, deu tempo de aprendermos na prática muita coisa sobre o fazer jornalismo Para mim, as principais lições do processo foram os cuidados que tivemos que ter com esse estilo mais investigativo e focado nos direitos humanos. Foi a primeira vez que fiz uma reportagem com a temática da guerra pela água e com alcance em vários estados do país.

Ir para Correntina foi uma das coisas mais importantes para meu aprendizado enquanto jornalista. Essa foi a única vez que viajei com o objetivo exclusivo de fazer uma apuração. O fato de ter sido sobre uma história tão forte e impactante para a região fez com que tudo fizesse mais sentido, não só profissionalmente, mas pessoalmente também. Mesmo morando na Bahia por quase minha vida inteira, meu conhecimento dos problemas e alegrias do estado era muito restrito à região sul, onde moro. Entender mais sobre a grandeza do território e sobre a luta constante das pessoas no Oeste, acredito que deixou a reportagem mais interessante para quem ouviu.

E como nada na vida fazemos sozinhos, eu queria aproveitar esse último texto sobre o trabalho e agradecer imensamente todos que nos ajudaram durante o projeto, mas especialmente e com toda a força do mundo, à Luísa, que deu a ideia de nos inscrevermos no Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, promovido pelo Instituto Vladimir Herzog, e esteve junta sempre, resolvendo problemas, cobrando fontes e ajustando áudios. Então aproveito para fechar esses nossos capítulos dizendo que não teria dado certo sem ela. Obrigado, Lu!

–*–*–*–

(*) Orientadora Lívia de Souza Vieira, professora da Ufba, e o mentor Paulo Oliveira, fundador e editor do site Meus Sertões.

BASTIDORES DA REPORTAGEM

Capítulos I e II Capítulo III Capítulo IV Capítulo V Capítulo VI Capítulo VII Perfis dos autores Guerra da água

 

Luisa Carvalho Contributor

Entre o mar e o sertão. Luísa nasceu em Salvador e se mudou para Santana, no extremo oeste da Bahia, aos dois anos. Desde então, se divide entre as duas cidades e tenta aprender com o melhor delas. Sempre gostou de ser especialista em generalidades, o que tornou fácil a escolha por cursar jornalismo, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Aprendeu a ler com os gibis da Turma da Mônica e, desse momento em diante, se tornou uma exímia traça de livros. Lê de tudo, até bula de remédio. Mas tem uma preferência especial pela escrita de Lygia Fagundes Telles, João Guimarães Rosa e Gabriel Garcia Marquez.  Já teve experiências em redação, rádio, agência de assessoria de imprensa, faz ‘frila’ de vez em quando e pretende ir testando suas habilidades por aí em diferentes áreas. Em 2021, com o amigo Leonardo Lima, venceu a 13ª edição do Prêmio Jovem Jornalista, do Instituto Vladimir Herzog, onde investigou como o agronegócio está secando os rios no oeste da Bahia.

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